Memória musical
Ao visitar minha mãe em Santo André, minha cidade natal, redescobri em um passeio que fizemos no sábado ao centro de St. André a „Discoteca do Chalaça“, banquinha localizada na Avenida Portugal, que hoje está sendo administrada em sua segunda geração por Chalaça-Filho.
Discoteca do Chalaça nos anos 70
Em meados dos anos 70, minha mãe estudava em uma escola chamada Júlio de Mesquita. Na saída da escola ela costumava passar na banquinha do Chalaça para comprar gibis do Chiclete com Banana. Naquela época o Chalaça-Pai era quem administrava a banquinha.
Discoteca do Chalaça nos dias de hoje
Em 1998 Francisco, vulgo Chalaça, passou o ponto para alguém (que aqui receberá o nome fictício de Chalaça-Filho) que manteve o nome Discoteca do Chalaça mas concentrou-se exclusivamente nos vinis, retirando os gibis e histórias em quadrinhos undergrounds.
Chalaça manteve um canal no Youtube até recentemente, antes de morrer. Algo que fiquei sabendo enquanto escrevia esse texto.
No video abaixo ele apresenta seu novo canal que terá um quadro sobre música, envolvendo o acervo musical da Discoteca do Chalaça, e outro quadro sobre gastronomia vegetariana, fazendo jus ao nome: Só como se eu cozinho.
Ele também apresentava um programa chamado „LP Lado B“ transmitido pela rádio Universidade Federal do ABC, com raridades principalmente do rock nacional (estilo musical muito disseminado no ABC paulista):
Hoje em dia é o Chalaça-Filho quem cuida da banquinha e foi com ele que conversei nesse final de semana. Fiquei muito emocionada ao saber que a banquinha ainda existe, mesmo depois de Chalaça ter se aposentado.
Ao cavar as caixas a procura de pérolas da música brasileira, Chalaça-Filho e eu conversávamos sobre os discos, sobre as intervenções culturais e o trabalho de resistência feito por eles pra manter o vinil presente e acima de tudo permancer no ponto até hoje. Coversamos também sobre o Durval Discos que ele conhecera pessoalmente assim também como a Rita Lee.
Foi muito bom saber que a cultura do vinil persiste e eu não vejo a hora de voltar lá para cavar raridades e cavucar mais histórias.
Por: Letícia Romero
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