- Comunicação:
- Discutir sobre vantagens e desvantagens do campo e da cidade,
- Falar sobre festas populares,
- Conhecer dois poetas brasileiros e interpretar dois de sues poemas.
- Gramática:
- Comparativo (Revisão e fixação),
- Pretérito Imperfeito (para falar sobre memórias),
- Pretérito Perfeito.
Depois do Carnaval, a Festa Junina é a maior festa popular do Brasil. Ela acontece no final do mês de junho e celebra três santos católicos: São João, São Pedro e Santo Antônio. No entanto, segundo a historiografia, vários povos antes da era cristã já faziam rituais agradecendo à fertilidade e à fartura das colheitas de junho. Por volta do século 10 d.c. a igreja católica cristianizou esses rituais, estabelecendo dias de homenagens aos três santos. Aliás, os povos originais, que habitavam o Brasil antes da chegada dos portugueses, também faziam celebrações ligadas à agricultura, de modo que durante a colonização tradições européias se misturaram às celebrações indígenas e ao modo de vida rural da população brasileira, tornando a Festa Junina uma comemoração multicultural. A quadrilha, dança típica das festas, tem origem francesa; a música típica é o forró, original do sertão nordestino; as comidas, à base de milho, amendoim, batata doce e mandioca, têm origem indígena e a fogueira foi reinterpretada com um sentido cristão. As maiores festas juninas do Brasil acontecem em Caruaru, no estado de Pernambuco, e em Campina Grande, na Paraíba.
Adaptado de: https://super.abril.com.br/mundo-estranho/como-surgiram-as-festas-juninas/
Assista ao vídeo sobre as Festas Juninas de Caruaru e Campina Grande. O que acontece nas festas? O que o repórter quer saber?
E no seu país? Quais são as maiores festas populares? Como as pessoas se vestem? Quais são as comidas e bebidas típicas? Quais são os rituais?
Literatura: Leia a um poema de Manuel Bandeira, um dos maiores nomes do modernismo brasileiro.
Profundamente Manuel Bandeira (1930) Quando ontem adormeci Na noite de São João Havia alegria e rumor Estrondos de bombas luzes de Bengala Vozes, cantigas e risos Ao pé das fogueiras acesas. No meio da noite despertei Não ouvi mais vozes nem risos Apenas balões Passavam, errantes Silenciosamente Apenas de vez em quando O ruído de um bonde Cortava o silêncio Como um túnel. Onde estavam os que há pouco Dançavam Cantavam E riam Ao pé das fogueiras acesas? — Estavam todos dormindo Estavam todos deitados Dormindo Profundamente. * Quando eu tinha seis anos Não pude ver o fim da festa de São João Porque adormeci Hoje não ouço mais as vozes daquele tempo Minha avó Meu avô Totônio Rodrigues Tomásia Rosa Onde estão todos eles? — Estão todos dormindo Estão todos deitados Dormindo Profundamente. In:BANDEIRA, Manuel. Antologia Poética. Nova Fronteira, Rio de Janeiro, 2001, pág. 81.
Vida na roça vs. vida na cidade
Como as Festas Juninas celebram originalmente a fartura na colheita e as chuvas no sertão, elas recriam a vida no interior, ou seja, na roça. Os homens, fantasiados de caipira, usam camisas xadrez, chapéus de palha e calças remendadas. As mulheres usam vestidos de chita coloridos, fazem tranças nos cabelos e pintam sardas no rosto. Tradicionalmente é encenado um casamento na roça, com muita briga e confusão. Mas no final, tudo acaba em festa!
Infância Carlos Drummond de Andrade Meu pai montava a cavalo, ia para o campo. Minha mãe ficava sentada cosendo. Meu irmão pequeno dormia. Eu sozinho menino entre mangueiras lia a história de Robinson Crusoé, comprida história que não acaba mais. No meio-dia branco de luz uma voz que aprendeu a ninar nos longes da senzala — e nunca se esqueceu chamava para o café. Café preto que nem a preta velha café gostoso café bom. Minha mãe ficava sentada cosendo olhando para mim: — Psiu . . . Não acorde o menino. Para o berço onde pousou um mosquito. E dava um suspiro . . . que fundo! Lá longe meu pai campeava no mato sem fim da fazenda. E eu não sabia que minha história era mas bonita que a de Robinson Crusoé.
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